segunda-feira, abril 27, 2009

casamento
Era uma dessas ocasiões, reuniões de família, onde você encontra pessoas que raramente encontra. Só nessas ocasiões, raras, reuniões de família. Eu lembrava da Fulana bem diferente, muito mais magra, essa coisa toda. Quando saíram perguntei pro 77: "ela não costumava ser 'assim', antes dos filhos, né?".

Não, ela não era assim antes.

Em casa, eu já tinha até esquecido do ocorrido, 77 me pergunta: "tu me promete uma coisa?"

Eu; "o que?"

"Promete?"

Estúpida, aquiesci.

"Prometo. O que?"

"Nunca ficar igual à Fulana."

Pensei um pouco e respondi:

"Olha... farei o possível."

Mais um pouquinho:

"Setêeee?"

"Oi"

"Promete uma coisa?"

"O que?"

"Promete?"

"Tá prometo, o que?"

"Continuar me amando mesmo se eu ficar igual à Fulana?"

"Olha... farei o possível."

Bem feito.

E eu aqui achando que tava preparada pra crise dos sete anos em 2010.

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sexta-feira, abril 24, 2009

É sobre crescer e não amadurecer
Você se dá conta que envelheceu - e, não necessariamente evoluiu mas, se tornou, pelo menos, mais exigente - quando troca o áspero papel higiênico chechelento por um fofinho folha dupla com coelhinhos impressos em baixo relevo.

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A saquerinha (caipirinha de saquê) de morango é ou não é a invenção do capeta? Malditos ocidentais - no caso, nós!

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Bens materiais? Deixo quase nada. Minha coleção de usáveis pulseiras de plástico, talvez. De todos os tamanhos, cores e texturas. Elas não valem nada, mas são muitas - e tudo o que tenho. Um dia, quando a Valentina for maiorzinha e entender bem o significado das palavras, vou chamá-la num cantinho, abrir aquela gaveta mágica e dizer, em tom solene: "Meu amor, um dia tudo isso será seu".

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quarta-feira, abril 22, 2009

Bodas de Perfume
Pois que segunda-feira, dia 20, eu tive três bons motivos pra comemorar. Vamos ver:

- 2 anos que eu deixei de ser míope
- 6 anos que 77 me salva do dragão diariamente
- 10 anos que sou uma jornalista diplomada formada

Numérico e eu fomos comemorar comendo sushi, bebendo saquerinha e discutindo coisas românticas, como o cúmulo das coisas. Chegamos a conclusão que, se tudo nessa vida tem um limite, o limite da comida é a pizza de pipoca e o sushi de nachos. Também lembramos, um para o outro, sobre a estranhice do povo russo, que nos encanta. Nós e nossas juras de amor. Eterno.

Ele me chama de "zurrilha". E eu acho lindo.

O nosso amor? a gente inventa, inventa, inventa...

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Sim, às vezes eu tenho que lembrar que sou uma pessoa tri feliz, em branco e preto e colorido, juntar as duas mãozinhas, jogá-las para os céus e largar, já, de bobice.

(então hoje eu nem vou contar pra vocês que andei três casas pra trás no tabuleiro do meu xadrez imaginário com a psi - esqueçam o videogame! - e o peão aqui não conseguiu matar o monstro no final, que era um misto de bispo, de rei e rainha, terríveis!, ao mesmo tempo.)

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"sou metal, raio, relâmpago e trovão"

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domingo, abril 19, 2009

eu psico(pato), tu psico(patas), ele psico(pata)...
Se psicanálise fosse um videogame... quando eu pulo pra fase que a gente para de chorar quando sai da sessão?

(Sim, porque eu já passei da fase que a gente chora DURANTE a sessão. Agora eu fico impassível uma hora inteirinha, falando, falando, falando. Boto o pé na rua, o oclão na cara... desabo no chororô e saio pelo bairro dando voltas em torno de mim mesma, com a cara inchada, catando objeto metálico no chão - mas isso aí é outra estória de louco que eu conto, com riqueza de detalhes, pra vocês, um dia desses)

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Bom feriadão pra quem é de feriadão.

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quinta-feira, abril 16, 2009

eu psico, tu psicas, ele psica...
Sabadão de sol, 77 e eu fomos almoçar no restaurante japonês que adoramos lá no Mercado Público. Não fazia três minutos que sentamos, olho pro lado e estavam lá, as duas: a ex-psi e a atual psi, juntas!

Puxei o 77 pra baixo da mesa (ok, é só uma grande piada isso de puxar alguém pra debaixo da mesa pra contar alguma coisa que seria, a rigor, uma espécie de segredo, porque eu adoro quando eles fazem isso nos filmes, ou faziam. não faziam?):

- Não olha agora, mas, à tua esquerda, segunda mesa, estão a minha ex-psi e a atual. Juntas!

Ele disfarça, coloca o guardanapo na cabeça (não, ele não colocou, é só uma grande piada isso de colocar um guardanapo na cabeça quando quer se esconder de alguma coisa, camaleônico, mas se fica mais à mostra), olha de lado, e pergunta:

- Quem é a ex e quem é a atual?

- Tire suas próprias conclusões - respondo.

- Acho que a ex é a que tá de blusa de oncinha - responde, certeiro.

Eu não sei se isso já aconteceu com vocês, mas foi bem assim que sucedeu-se com moizinha aqui. Então eu fiquei me fazendo de blasé, olhando pro lado oposto, fingindo, o tempo inteiro, que o troço não era comigo. E todo mundo que sabe da história diz que aposta que as duas falaram sobre mim durante todo o almoço. Serááaaaa? O que é que eu faço agora, doutor?

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Alô, Freud? Ando com uma vontade - doida e inconfessável - de comprar uma blusa de oncinha! Tem cura eu?

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Minha melhor definição pra psicanálise até agora: psicanálise é uma paulada na cabeça. E a gente paga pra levar paulada na cabeça. Pode? Pior que pode...

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No próximo capítulo: encarando a psi - e a si mesma - na segunda feira como se nada fosse.

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terça-feira, abril 14, 2009

dos começares e não terminarem
Voltei a fazer os Tertolinos, cujos tecidos, linhas, agulhas e enchimentos estavam esquecidos em caixas e gavetas desde antes do Natal. Enquanto vou furando os dedos nesse atelier improvisado em cima da mesa, entre xícaras e potes de torradas, vou pensando que só mesmo costurar bonecos de pano sem boca é que pode me salvar de mim mesma nesse início de outono mormacento, quente e preguiçoso.

"Posso dizer que o processo de fabricação dos Tertolinos não usa mão de obra escrava?", pergunto pro 77.

"Pelo menos não chinesa", responde o numérico de lá do computador. E eu penso que é esse tipo de humor que me faz seguir gostando tanto dele, todos os dias.

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"Giorgio, eu sinto medo na longa estrada
O medo é a moda desta triste temporada
Giorgio, tá tudo assim nem sei tá tão estranho
A cor dessa estação é cinza como o céu de estanho"
(Zequinha Baleiro em Balada para Giorgio Armani)

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quinta-feira, abril 09, 2009

a filha da Chiquita SUPER bacana
É ainda sobre amores.

Essa foi a terceira vez que eu vi, bem de pertinho, um desfile do Alexandre Herchcovitch. É tudo muito lindo, tão luxuoso, é glorioso e tudo e tal Mas, pela terceira vez, me deu um negócio enquanto eu via o desfile. Demorei a descobrir: aqueles sapatos. Eu olho, de longe, os sapatos de Mr. Herchco e tenho a nítida sensação do extremo desconforto. Eu não sou o Herchcovitch porque não, eu não amo Herchcovitch.

(mas, sim, eu adorei a coleção masculina. só pra constar)

Eu amo o Didi Mocó e amo o Caetano Veloso. Seria eu o Didi Mocó? E o Caetano Veloso?
E o Didi Mocó e o Caetano Veloso juntos? Amo muito e sou isso: Didi Veloso, Caetano Mocó.

Eu sei, eu sei...

(Se vocês têm alguma dúvida que Didi Mocó e Caetano Veloso juntos é qualquer coisa, toquem PLAY aí embaixo porque esse papo já tá pra lá de Marrakesh)



"A moeda Número Um do Tio Patinhas não é minha um batalhão de cowboys barra a entrada da legião dos super-heróis
E eu superbacana vou sonhando até explodir colorido no sol nos cinco sentidos
Nada no bolso ou nas mãos
Um instante, maestro!
Super-homem Superflit, Supervinc, Superist, Superviva, Supershell, Superquentão..."

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O rapaz da informática passou por aqui e andou fazendo umas melhorias. Agora, ali no canto superior direito, você pode digitar o seu e-mail e - tchanram! - receber os posts desse monomulti na sua caixa de correio eletrônico a-b-so-lu-ta-men-te de graça, olha que beleza! Em breve: mais novidades. Aguardem!

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terça-feira, abril 07, 2009

yes, we love
Marga Noronha é uma designer que há mais de 20 anos trabalha com design de bolsas e é uma das pioneiras em exportação desse produto no Rio Grande do Sul. Nesta quarta-feira, dia 8 de abril, eu, você e todo mundo terá a oportunidade de comprar peças assinadas por ela. São mais de 200 bolsas, a maioria em couro, do seu portfólio de exportação. A maioria das peças são protótipos, peças únicas, criadas para marcas americanas e asiáticas. Estarão à venda também algumas peças italianas compradas para demonstrar novas técnicas para as fábricas do Vale dos Sinos. É uma oportunidade única de adquirir peças da Marga a preços bem convidativos. E quem está por trás de tudo isso é a minha-sua-nossa amiga Baé, a mãe da Sophia. (e, sim, a Marga também é outra velha conhecida por ser mãe de uma querida amiga nossa, a Mi, artista plástica talentosíssima e que se debandou pras bandas do Rio de Xaneiro)

Gostou? Ficou interessada? Das 18h às 23 horas na Av. Venâncio Aires, 763 - ap 206 / Porto Alegre. Informações: 51 8423 0380, com Maíra Baé.

(lá estarei, peruando tudo o que eu tiver direito de peruar)

essa aí já é minha, hohoho


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segunda-feira, abril 06, 2009

no grito
A gente é o que a gente ama?

(uma foto linda, que não existe, aqui)

- um tempo que não tenho, uma não alegria qualquer e todos os meu mil não sorrisos -

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quarta-feira, abril 01, 2009

rapidinha ou dormindo com o inimigo
(ou ainda: "super uppper trendy, transada & muito chique")

77 me abraçou forte hoje pela manhã, olhou pra mim e disse:

"Tu tá tão linda, meu amor, parece uma aeromoça de vôo internacional"

O que é que eu faço com ele, heim? (uma sugestão bem dolorosa, por favor)

Eu já tava bem atrasada, então não dava mais pra trocar nada: uma peça de roupa, um acessório, a cor da sombra, o corte de cabelo. Nada.

Por sorte, sorte mesmo, minha estréia nas passarelas, nessa temporada outono-inferno, vai ser só amanhã. Talvez ainda dá tempo de renovar o guarda roupa e fazer um lifting?

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